Odyssey: A Revolução na Geração de Imagens em 3D
A Odyssey, startup criada por Oliver Cameron e Jeff Hawke, pioneiros em tecnologia de veículos autônomos, está desenvolvendo um ferramenta chamada Explorer, potencializada por IA, que transforma texto ou imagens em renderizações 3D.
O Explorer se assemelha aos chamados modelos de mundo apresentados recentemente por DeepMind e outros no setor, como a World Labs, e a startup israelense Decart. Por exemplo, ao receber uma descrição como “Um jardim japonês, com folhagens verdes e exuberantes”, o Explorer pode criar uma cena interativa em tempo real.
Exemplo de Saída
Saída da ferramenta Explorer da Odyssey.
A startup afirma que sua ferramenta é “particularmente ajustada” para a criação de cenas fotorrealistas, resultado em grande parte da abordagem técnica empregada. A IA que alimenta o Explorer foi treinada com paisagens reais capturadas por um sistema de câmera montado em uma mochila, desenvolvido pela própria empresa.
Qualquer cena gerada pelo Explorer pode ser carregada em ferramentas criativas como Unreal Engine, Blender e Adobe After Effects, permitindo edição manual. Essa capacidade é possível porque o Explorer utiliza gaussian splats, uma técnica de renderização volumétrica que tem décadas de uso e é amplamente suportada em ferramentas gráficas.
Em um post no blog da empresa, a Odyssey disse: “Embora ainda esteja em seus primeiros passos, estamos animados para ver os níveis de detalhe e fidelidade 3D que o Explorer já consegue alcançar, além do seu potencial para uso em filmes live-action, jogos hiper-realistas e novas formas de entretenimento. A geração de movimento em mundos 3D ainda é uma área de pesquisa inicial, mas promete proporcionar aos artistas a capacidade de gerar e manipular movimentos de maneiras novas e mais realistas”.
Outros Exemplos
Imagem demonstrativa de outro exemplo do Explorer da Odyssey.
Apesar das promessas, a Odyssey reconhece que o Explorer tem várias limitações atualmente. Por exemplo, leva em média 10 minutos para gerar uma cena, que ainda é de resolução relativamente baixa e não está livre de artefatos visuais que podem distrair.
A empresa, no entanto, já começou a testar o Explorer em estúdios de produção como Garden Studios, no Reino Unido, e está colaborando com um grupo crescente de artistas independentes. Aqueles que estão interessados em testar a ferramenta podem se inscrever no blog da Odyssey.
Criativos de indústrias como videogames e cinema podem ter sentimentos mistos em relação a ferramentas como o Explorer. Uma investigação recente da Wired revelou que estúdios de jogos, como a Activision Blizzard, estão utilizando IA para reduzir custos, aumentar a produtividade e compensar a redução de pessoal.
Além disso, um estudo de 2024 encomendado pelo Animation Guild, que representa animadores e cartoonistas de Hollywood, estimou que mais de 100.000 empregos na indústria de cinema, televisão e animação nos EUA serão afetados pela IA até 2026.
A Odyssey, por sua vez, afirma que está compromissada em colaborar com profissionais criativos, e não em substituí-los. A empresa anunciou recentemente a inclusão de Ed Catmull, cofundador da Pixar e ex-presidente dos Estúdios de Animação da Disney, em seu conselho de diretores, além de investir na Odyssey.
“Modelos de mundo generativos são a nova e mais inexplorada fronteira da inteligência artificial”, afirmou a Odyssey. “Aspiramos a mundos que se constroem sozinhos, que sejam indistinguíveis da realidade, onde novas histórias nascem e se mesclam, permitindo a interação entre a inteligência humana e a máquina, seja por diversão ou propósito. Se tudo que alcançarmos forem filmes ou jogos levemente melhores, teremos falhado.”