Honda e Nissan Anunciam Planos de Fusão no Mercado de Veículos Elétricos
A Honda e a Nissan revelaram planos de fusão em meio à crescente competição das marcas rivais no mercado de veículos elétricos. As duas montadoras japonesas confirmaram nesta segunda-feira que assinaram um memorando de entendimento que criará o terceiro maior fabricante de automóveis em vendas, atrás apenas da Toyota e da Volkswagen.
Outra membro da aliança da Nissan, a Mitsubishi Motors, também está em conversas com a Honda e a Nissan para integrar a fusão, com uma decisão esperada até o final de janeiro. Com base na capitalização de mercado das três empresas, uma fusão concretizada pode resultar em uma entidade avaliada em mais de 50 bilhões de dólares.
A Honda liderará inicialmente a gestão da nova empresa, de acordo com o presidente da Honda, Toshihiro Mibe. O projeto visa completar um acordo formal de fusão até junho e finalizar o negócio até agosto de 2026.
“A criação de um novo valor em mobilidade, reunindo recursos como conhecimentos, talentos e tecnologias que a Honda e a Nissan vêm desenvolvendo ao longo dos anos, é essencial para enfrentar as desafiadoras mudanças ambientais que a indústria automotiva enfrenta”, disse Mibe em um comunicado.
A fusão proposta foi inicialmente mencionada na semana passada e tem como objetivo estabelecer uma holding conjunta, enfrentando a crescente competição global de marcas como Tesla e BYD da China no mercado de veículos elétricos. O acordo também ajudaria a resgatar a Nissan, que viu seus lucros líquidos no meio de 2024 caírem mais de 90 por cento em relação ao ano anterior e anunciou planos em novembro para demitir milhares de trabalhadores.
“Se concretizada, acredito que ao unir as forças de ambas as empresas, poderemos oferecer um valor inigualável aos clientes em todo o mundo que apreciam nossas respectivas marcas”, afirmou Makoto Uchida, CEO da Nissan. “Juntos, podemos criar uma maneira única de aproveitar os carros que nenhuma das empresas conseguiria alcançar sozinha.”
O ex-chefe da Nissan, Carlos Ghosn, declarou ao Bloomberg na sexta-feira que a fusão é um “movimento desesperado” da Nissan, e que não é um acordo pragmático, pois as sinergias entre as duas empresas são difíceis de identificar. A empresa tem enfrentado turbulências desde que Ghosn foi preso pelas autoridades japonesas em 2018 por acusações de má conduta financeira.