Grupos Ambientais Podem Perder $60 Milhões em Financiamento Federal
A Climate Justice Alliance (CJA) pode enfrentar uma perda de $60 milhões em financiamento federal após fazer um apelo pela paz em Gaza. A CJA foi designada um dos “grantmakers” da Agência de Proteção Ambiental (EPA) há mais de um ano, encarregada de distribuir subgrants para projetos ambientais liderados localmente. Porém, é a única entre os 11 grantmakers da EPA que ainda não recebeu qualquer financiamento.
A CJA tem enfrentado uma série de críticas por se opor publicamente à guerra entre Israel e Hamas. Funcionários da EPA sugerem que o grupo foi alvo de ataques devido a essa posição. “Estamos profundamente desapontados ao testemunhar a atual retenção de $60 milhões pela EPA”, afirmaram funcionários anônimos da EPA e do Departamento de Energia em uma carta aberta. Eles ressaltam que a CJA foi a única entre os onze grantees que teve a coragem de falar contra os danos ambientais e as violações dos direitos humanos em Palestina.
Possível Perda de Financiamento
O valor pode ser perdido caso não seja liberado antes que Donald Trump assuma o posto de presidente. Trump já declarou que retiraria os recursos não utilizados da Lei de Redução da Inflação, que destinou fundos para as concessões. Se seu segundo mandato for semelhante ao primeiro, ele é propenso a enfraquecer a EPA e reverter as proteções ambientais.
Com uma agenda de desregulamentação em nível nacional, as iniciativas locais se tornam ainda mais essenciais para proteger o ar, a água e o clima dos americanos. Essas iniciativas comunitárias são exatamente o que os grantmakers da EPA deveriam apoiar. O risco está claro: se os fundos não forem liberados a tempo, serão prejudicados projetos fundamentais.
“O que isso faria é retirar mais recursos que nossas comunidades estão contando”, disse o diretor executivo da CJA, KD Chavez. “Precisamos que as pessoas tenham recursos para que, pelo menos em nível local, possam realizar projetos de limpeza e assim monitorar a qualidade do ar.”
Fundos em Jogo
Os recursos do programa de concessão de comunidades prósperas e justiça ambiental da EPA vieram da Lei de Redução da Inflação, que destinou $369 bilhões para energia limpa e ação climática. Os 11 grantmakers incluem universidades e organizações não governamentais encarregadas de distribuir um total de $600 milhões para projetos ambientais.
A CJA, composta por cerca de 100 organizações nos EUA, muitas das quais estão enraizadas em comunidades de cor, como o NAACP Environmental and Climate Justice Program e a Indigenous Environmental Network, foi escolhida para distribuir subgrants nas regiões 8 a 10 da EPA, que abrangem a maioria do Oeste dos EUA.
Críticas e Acusações
Nos últimos meses, a CJA foi acusada de ser radical, antissemita e até antiamericana por sua postura sobre a guerra Israel-Hamas. Um dos incidentes mais notáveis ocorreu quando a CJA pediu ao presidente Joe Biden e ao Congresso, através de uma declaração, que demandassem um cessar-fogo em Outubro de 2023.
Recentemente, Chávez questionou: “Por que fomos destacados como anti-americanos? É porque somos liderados por pessoas das classes trabalhadoras, comunidades negras, indígenas e de pessoas de cor?” Essa provocação reflete a frustração crescente cujo ponto culminante é a luta pela justiça social e ambiental.
Embora o total de $461 milhões tenha sido atribuído até agora do programa de concessões, a maior parte dos fundos permanece em risco, dependendo da gestão da administração Trump, que poderá estar mais interessada em desmantelar esses projetos. As lideranças da CJA apontam que a EPA não forneceu uma explicação clara para a investigação sobre seu grupo, deixando o futuro da CJA e seus projetos de justiça climática incertos.
Conclusão
Esta situação coloca em evidência a tensão entre fins adequados e financiamentos possíveis, principalmente em tempos de crise. Se os $60 milhões não forem liberados rapidamente, comunidades que dependem desses recursos podem ficar à mercê de uma nova administração que pode não priorizar suas necessidades. Precisamos acompanhar essa situação de perto, pois isso não afeta apenas os grupos ambientais, mas também o futuro da justiça climática.
