Reino Unido Criminaliza Deepfakes Sexuais

Reino Unido Vai Criminalizar Criação de Deepfakes Sexualmente Explícitos

Nota: Algumas imagens são meramente ilustrativas e, em sua maioria, geradas pelo MidJourney.

Reino Unido Vai Criminalizar Criação de Deepfakes Sexualmente Explícitos

O Reino Unido está avançando com planos para tornar a criação de imagens sexualmente explícitas conhecidas como deepfakes um crime específico. Deepfakes são mídias manipuladas, geralmente em vídeo ou áudio, geradas por inteligência artificial (IA) para fazer alguém parecer que disse ou fez algo que não ocorreu.

Anteriormente, o Reino Unido já havia proibido o compartilhamento — e até mesmo a ameaça de compartilhamento — de conteúdos deepfake sexualmente explícitos, através da Online Safety Act, que entrou em vigor no ano passado. Contudo, a criação desse tipo de conteúdo ainda não era considerada uma infração. Por isso, o Ministério da Justiça anunciou hoje a intenção de tornar as regras mais abrangentes, englobando também quem cria esses conteúdos, independentemente de seu papel na divulgação subsequente.

Planos Anteriores e Mudanças de Governo

O governo conservador anterior do Reino Unido havia apresentado planos semelhantes. No entanto, com a nova administração liderada pelo Primeiro-Ministro Keir Starmer, não estava claro qual seria a direção a ser tomada. A proposta do Partido Trabalhista foi de ampliar o combate aos deepfakes em seu manifesto eleitoral. Curiosamente, Starmer já foi alvo de um vídeo deepfake que o apresentava promovendo um esquema de investimento.

Legislação em Outros Países

Nos Estados Unidos, não existem leis específicas para combater deepfakes, embora vários estados, incluindo a Califórnia, estejam buscando legislação nesse sentido. De forma interessante, a empresa X, de Elon Musk, está processando para impedir que uma nova lei na Califórnia entre em vigor.

Combate ao Abuso Online

A tecnologia facilitou a criação de imagens e áudios deepfake por pessoas comuns, muitas vezes para atividades fraudulentas e fraudes de identidade. Contudo, o governo britânico está concentrando seus esforços especificamente em conteúdos sexualmente explícitos, afirmando que essas representações impactam desproporcionalmente as mulheres.

“É inaceitável que uma em cada três mulheres tenha sido vítima de abuso online,” declarou Alex Davies-Jones, Subsecretário Parlamentar, em uma nota. “Essa forma degradante e repugnante de machismo não deve ser normalizada e, como parte do nosso Plano de Mudança, estamos enfrentando a violência contra as mulheres – seja qual for a forma que ela assuma.”

Expansão da Legislação Sobre Imagens Íntimas

O governo também anunciou planos para ampliar as leis existentes que tratam da captura de imagens íntimas sem consentimento, que atualmente são restritas a situações muito específicas, como o upskirting. Por exemplo, qualquer um que instalar equipamentos, como câmeras escondidas, com o intuito de gravar imagens íntimas pode enfrentar penas de até dois anos de prisão. O upskirting refere-se a fotografar ou filmar sob as roupas de uma pessoa para visualizar suas roupas íntimas ou genitais, sem seu conhecimento ou consentimento, para gratificação sexual ou para causar humilhação, angústia ou alarme.

Ainda não foi detalhado um cronograma específico para essas mudanças. No entanto, o governo afirmou que incluirá essas propostas na próxima Crime and Policing Bill, que será apresentada “quando o tempo parlamentar permitir.”

Reflexões Finais

Essas mudanças são um passo importante na luta contra a misoginia e o abuso online. A crescente preocupação com as deepfakes demonstra a necessidade de uma legislação que proteja, de fato, as vítimas. Vamos esperar para ver como essas novas regras serão implementadas e se efetivamente farão a diferença para as mulheres no Reino Unido.

Autor

Eduardo Azevedo

Visuailzer co-founder

Desenvolvedor com mais de 15 anos de experiência. Especialista em automações utilizando Inteligência Artificial, também atua em DevOps e Infraestrutura, desenvolvendo soluções inovadoras para otimizar processos e melhorar a eficiência de sistemas empresariais

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