Críticas à Entrevista de Mark Zuckerberg no Podcast de Joe Rogan
Recentemente ouvimos Mark Zuckerberg, CEO da Meta, na entrevista do podcast The Joe Rogan Experience. Porém, essas palavras podem ser ressumidas em uma frase: suas falas estão repletas de meias-verdades.
Começando com uma Promessa Vazia
Zuckerberg inicia a conversa afirmando que “só se começa uma empresa assim se se acredita em dar voz às pessoas”. Mas quem tem memória se lembra de seu primeiro projeto, o FaceMash, um clone de HotOrNot, onde ele, sem a permissão das alunas, expôs fotos de colegas para serem avaliadas. Descrever isso como “dar voz” é no mínimo peculiar, eu chamaria de “uma atitude bastante invasiva”.
Fugindo das Perguntas Difíceis
Zuckerberg rapidamente tenta medir a intensidade do entrevistador, Joe Rogan, que costuma ser bem brando em suas entrevistas. O CEO faz uma afirmação sobre os limites da Primeira Emenda, citando “não se pode gritar fogo em um teatro lotado”. Isso, por si só, gera revolta em muitos advogados, visto que não é uma regra válida.
Rogan, que não rebateu a afirmação, se tornou um alvo fácil para Zuckerberg. Isso levanta a questão: se ele consegue “dar uma escapada” de problemas menores, será que também consegue com os maiores?
Questionamentos Sobre a Moderação de Conteúdo
Nessa mesma entrevista, Zuckerberg se refere à moderação de conteúdo como “censura”, levantando uma série de polêmicas sobre como a plataforma lidou com notícias de covid, vacinas e outros temas delicados. Um ponto curioso foi quando ele afirmou que, de forma geral, as vacinas têm um impacto positivo.
Desinformação nas Redes Sociais
A desinformação no Facebook começou bem antes da eleição de 2016. Em 2014, por exemplo, muitos boatos sobre o Ebola circulavam. O próprio Zuckerberg foi criticado por não conseguir conter essas informações, especialmente após a ascensão de notícias falsas que beneficiaram Donald Trump.
Embora tenha tentado adotar medidas de moderação nas eleições de 2020, Zuckerberg sugere que a mídia pressionava de forma excessiva. Ele disse: “Muitos na mídia estavam convencidos de que a desinformação foi a razão pela qual Trump foi eleito”.
Pressão Política e Consciência da Realidade
Durante a entrevista, Zuckerberg menciona pressão do governo Biden, mas falha em mencionar a pressão que a Meta enfrentou de conservadores ao longo dos anos. A falta de reconhecimento deste ponto é uma omissão significativa.
Na verdade, muitos momentos de moderação controversos do Facebook ocorreram durante a administração Trump. Por exemplo, a plataforma removeu o vídeo “Plandemic” durante seu mandato. Portanto, as alegações de Zuckerberg carecem de contexto e são simplificadas.
A Resposta da Meta e Críticas a Apple
Zuckerberg aproveitou a oportunidade para criticar a Apple por sua comissionamento de 30% nas vendas da App Store, além de outras questões que, segundo ele, infrigiriam a competitividade do mercado. Contudo, fica claro que sua verdadeira frustração é com as mudanças de privacidade que a Apple implementou, que afetou negativamente os negócios do Facebook.
Uma Reflexão Final
Por fim, a entrevista de Zuckerberg retrata uma tentativa de desviar a atenção de problemas maiores, culpando o governo e distraindo do debate sobre a responsabilidade das redes sociais na desinformação. As críticas a ele são válidas e nos fazem pensar que, por trás de suas palavras, há uma luta constante por poder e influência na era digital.
Nossa reflexão é: até onde as redes sociais devem ir em sua moderação de conteúdo? A luta entre liberdade de expressão e a responsabilidade de não propagar desinformação é um desafio que continua em aberto.
