Regulamentação de Inteligência Artificial no Brasil

Regulamentação de Inteligência Artificial no Brasil

Nota: As imagens são meramente ilustrativas e, em sua maioria, geradas pelo MidJourney.

Senador Eduardo Gomes Apresenta Quarta Versão do Relatório sobre Regulação da Inteligência Artificial

O senador Eduardo Gomes (PL-TO) leu, nesta quarta-feira (28), a quarta versão de seu relatório sobre o projeto que vai regulamentar o uso de inteligência artificial no Brasil. O texto está tramitando na Comissão Temporária de Inteligência Artificial do Senado.

De acordo com o presidente da comissão, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), o projeto deve ser votado na próxima terça-feira (3).

A proposta visa definir os limites e permissões para o uso da tecnologia, que abrange desde uma simples busca no Google ou a redação de um artigo no ChatGPT, até a captura de fugitivos da Justiça.

Se aprovado na comissão, o texto ainda precisará passar pelos plenários do Senado e da Câmara, além de ser sancionado pelo presidente Lula, para que se torne lei.

Condutas Proibidas no Uso de Inteligência Artificial

O relatório estabelece uma série de condutas proibidas para as plataformas responsáveis por IA. Entre essas restrições estão:

  • 🚫 Técnicas subliminares para influenciar o comportamento dos usuários de forma a causar danos à saúde e à segurança;
  • 🚫 Exploração de vulnerabilidades dos usuários;
  • 🚫 Avaliação de cidadãos pelo governo com base em seu comportamento social e personalidade para oferecer serviços e políticas públicas;
  • 🚫 Sistemas que produzam ou disseminem material de abuso e exploração sexual de crianças;
  • 🚫 Tecnologia que utilize fichas criminais para prever riscos de cometer crimes;
  • 🚫 Uso de IA como armas autônomas que atacam sem intervenção humana.

O uso de identificação biométrica à distância em locais públicos será permitido apenas para captura de fugitivos e cumprimento de mandados de prisão, com autorização judicial necessária para outros usos.

Direitos Autorais e Remuneração

O texto do projeto assegura os direitos autorais de empresas jornalísticas, escritores e artistas. Nele, as big techs, como Google e Microsoft, precisarão de autorização dos autores para usar conteúdos protegidos.

As empresas que desenvolvem e aplicam IA serão obrigadas a pagar uma remuneração aos autores para ter acesso às produções disponíveis em seus bancos de dados. O cálculo da remuneração deve considerar princípios de razoabilidade e proporcionalidade, além de elementos como a complexidade do sistema e o porte do agente de IA.

Sanções para Violações

O relator manteve proposta que prevê multas de até R$ 50 milhões ou 2% do faturamento para cada violação cometida por empresas de tecnologia.

Outras sanções especificadas são:

  • ▶️ Suspensão parcial ou total do desenvolvimento de sistemas de IA;
  • ▶️ Proibição de tratamento de determinadas bases de dados;
  • ▶️ Restrições para participar de regimes de sandbox regulatório.

Procedimentos de Alto Risco

O texto estabelece atividades de IA consideradas de alto risco. O uso de IA por autoridades é permitido para avaliar a credibilidade de provas nas investigações, visando prever infrações. Com isso, atividades como o reconhecimento de emoções também são autorizadas, desde que classificadas como de alto risco.

Os procedimentos de alto risco incluem:

  • ▶️ Gestão da imigração e controle de fronteiras;
  • ▶️ Aplicações na área da saúde;
  • ▶️ Controles de trânsito e redes de abastecimento de água e eletricidade;
  • ▶️ Acesso de estudantes a cursos e universidades;
  • ▶️ Critérios para concessão de benefícios sociais.

Criação do Sistema de Regulação

O projeto institui um órgão para regular o uso de IA no Brasil: o Sistema Nacional de Regulação e Governança de Inteligência Artificial (SIA). Este sistema será coordenado pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

O SIA terá a função de regular inteligências artificiais que impactem os direitos e liberdades dos usuários. Além disso, o texto permite que empresas de IA se unam para formar uma agência privada de autorregulação, estabelecendo critérios sobre gerenciamento e utilização ética da tecnologia.

Eduardo Azevedo

Visuailzer co-founder

Desenvolvedor com mais de 15 anos de experiência. Especialista em automações utilizando Inteligência Artificial, também atua em DevOps e Infraestrutura, desenvolvendo soluções inovadoras para otimizar processos e melhorar a eficiência de sistemas empresariais

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