Vambe: A Revolução nas Vendas com Agentes de IA
Quando Nicolás Camhi, Matías Pérez Pefaur e Diego Chahuán (na foto, da esquerda para a direita) lançaram a Vambe no ano passado, o foco era um CRM para cobrança de dívidas. Mas, mesmo com um bom início, logo perceberam que seus clientes estavam mais interessados nos agentes de IA do WhatsApp que a Vambe havia desenvolvido para facilitar esse processo.
“Nossos clientes já estavam nos perguntando: ‘Ei, vocês poderiam perguntar à IA para que quando forem atrás de uma dívida, possam oferecer a essa pessoa, sei lá, ‘x’ produto ou ‘x’ serviço?’” Camhi contou ao TechCrunch.
“Conseguimos fazer isso, e foi uma experiência incrível. Percebemos que o que estávamos construindo não era apenas um sistema de cobrança, mas uma ferramenta de comunicação e engajamento.”
A Mudança de Rumo da Vambe
A empresa chilena, com sede em Santiago, fez uma mudança de direção em março de 2024, focando nesses agentes de IA. O objetivo agora é ajudar pequenos e médios empresários a automatizar as comunicações com clientes e fechar vendas em plataformas como o WhatsApp.
Os clientes da Vambe variam de pequenos negócios, como empresas de limpeza de carpetes com cinco funcionários, a varejistas que possuem milhares de colaboradores. Camhi revelou que a empresa tinha uma receita recorrente anual (ARR) de cerca de $20.000 antes da mudança, mas desde março, esse número disparou: a Vambe fechou novembro com uma ARR de $1 milhão.
Investimento para Crescer
Para aproveitar esse crescimento acelerado, a Vambe recentemente levantou $3,85 milhões em uma rodada inicial liderada pela firma de capital de risco Monashees, com a participação do investidor mexicano Nazca e da empresa americana M13. Camhi ressaltou que 15% da receita da Vambe é gerada no México e sua equipe buscou a Nazca porque a empresa deseja expandir ainda mais nesse país.
Essa rodada foi o primeiro investimento da M13 em uma startup da América Latina. Brent Murri, parceiro da M13, afirmou ao TechCrunch que a firma começou a desenvolver sua tese sobre a região há dois anos, mas só encontrou a empresa certa quando conheceu a equipe da Vambe no acelerador Berkeley Skydeck no início deste ano.
Aprovação da Tecnologia da Vambe
Murri elogiou a tecnologia da Vambe, demonstrando seu ponto com um exemplo: a equipe da firma criou um negócio falso e utilizou a Vambe para configurar um agente de IA, ficando impressionados com a rapidez com que conseguiram fazer isso.
“Quando olho para as empresas da LatAm, me pergunto, qual é a cópia exata nos EUA? No caso da Vambe, vi o oposto. Não existe nada parecido com isso.”
Ele completou dizendo que a adoção de produtos de IA entre pequenas e médias empresas na América Latina é, na verdade, muito maior do que nos EUA e outras partes do mundo.
Uma Questão Cultural
A razão para essa afinidade com a tecnologia de vendas é que os negócios na América Latina são muito mais conversacionais do que transacionais. Camhi comentou: “É meio que uma questão cultural. Aqui na LatAm, nós realmente gostamos de conversar. As pessoas com empresas não se limitam a comprar algo diretamente de uma página da web; elas tentam entrar em contato. Elas querem alguém que as ajude a entender preços e opções de entrega. Esse tipo de comunicação é muito difícil de escalar.”
Concorrência no Cenário de IA
Claro, a Vambe não é a única empresa construindo aplicações de IA para WhatsApp na América Latina. Por exemplo, a Mercately, baseada no Equador, está desenvolvendo a tecnologia de back-end que as empresas precisam para se comunicar com os clientes e vender diretamente através do WhatsApp.
Nos EUA, existem várias empresas criando agentes de IA conversacionais. A Sierra, de Bret Taylor, é uma delas que recentemente levantou $175 milhões. A ElevenLabs é outra que já arrecadou mais de $100 milhões em capital de risco. A Voiceflow é um novo entrante que aumentou mais de $39 milhões em VC.