Meta Busca Parcerias para Implantes de Energia Nuclear
No início deste ano, a Meta tentou estabelecer seu próprio data center movido a energia nuclear de forma simples: construindo-o ao lado de um reator existente. Contudo, após uma intervenção negativa dos reguladores — que relataram a presença de uma espécie de abelha rara na área — a empresa voltou com uma nova estratégia: encontrar um desenvolvedor para construir uma ou mais usinas nucleares em qualquer lugar.
Ontem, a Meta anunciou um pedido de propostas de desenvolvedores de energia nuclear que possam auxiliar a empresa a adicionar entre 1 e 4 gigawatts de capacidade geradora nos EUA. A empresa está aberta a compartilhar custos no início do projeto e se comprometerá a comprar a energia quando os reatores estiverem operacionais, de acordo com informações do Axios.
Prazo Apertado para Propostas
A pegadinha? Os candidatos devem agir rapidamente. As propostas iniciais têm como prazo o dia 5 de fevereiro de 2025, e a Meta deseja que as usinas começam a operar no início da década de 2030.
Além do prazo rigoroso, a Meta se mostra flexível. As novas usinas não precisam estar localizadas próximas a um centro de dados preferencial, desde que possam disponibilizar energia para “dar suporte às necessidades de crescimento das redes elétricas que alimentam tanto nossos data centers (a infraestrutura física que suporta as plataformas da Meta) quanto as comunidades ao redor”, afirmou a empresa em um comunicado à imprensa .
Reguladores e Desafios Existentes
Essa abordagem pode ajudar a Meta a contornar a perspectiva dos reguladores, que veem as necessidades de energia dos data centers como algo que deve ser equilibrado com a demanda existente e a estabilidade da rede elétrica total. Por exemplo, uma usina de dados planejada pela Amazon enfrentou dificuldades quando a Comissão Federal de Regulamentação da Energia negou sua proposta de ampliar um acordo existente, temendo que isso pudesse provocar quedas de energia para outros clientes.
Usinas nucleares tradicionais construídas atualmente costumam ser projetadas para uma capacidade de cerca de 1 gigawatt, o que significa que uma única usina atenderia às mínimas aspirações da Meta. Contudo, esses projetos têm se mostrado caros e demorados. Reatores modulares pequenos (SMR) prometem redução de custos por meio da modularização e produção em massa, mas essas alegações ainda precisam ser testadas em escala comercial.
Movimento das Gigantes da Tecnologia
Apesar dessa incerteza, as empresas de tecnologia não estão desacelerando. A Microsoft pretende reiniciar um reator na Three Mile Island até 2028. A Google acredita que a tecnologia SMR pode ajudá-la a alcançar suas metas de inteligência artificial e sustentabilidade, firmando um acordo com a startup Kairos Power para fornecer 500 megawatts de eletricidade. A Amazon também está investindo na startup X-Energy, com dois acordos de desenvolvimento para cerca de 300 megawatts de capacidade geradora.
Perspectivas Futuras
Os últimos meses têm sido agitados e sugerem que a energia nuclear pode estar a caminho de um renascimento na próxima década, ao menos se as empresas de tecnologia conseguirem cumprir suas promessas. O aumento do interesse lembra o apoio inicial do setor às empresas de energia renovável, que a Meta também menciona em seu anúncio: “Queremos trabalhar de forma criativa com os desenvolvedores para estruturar acordos que também possibilitem o desenvolvimento da tecnologia nuclear”.
No entanto, muito depende do timing. A energia renovável e as baterias continuam a se tornar mais baratas, e várias startups de fusão prometem lançar seus primeiros reatores em escala comercial no início da década de 2030. Com a demanda prevista, deve haver espaço suficiente para os vencedores, mas isso não garante que todos os competidores tenham sucesso.