Apple Vision Pro: De Cinema Pessoal a Computador
Desde o seu lançamento, eu usei principalmente o Apple Vision Pro como um cinema pessoal. O headset VR é uma forma incrível de assistir a filmes como Duna, mas, além disso, não tem realmente atendido seu potencial como um dispositivo de computação de uso geral.
No entanto, essa realidade começou a mudar. Com a atualização para a visionOS 2.2, a Apple está melhorando seriamente a capacidade do headset de funcionar com um Mac. Essa pode ser a aplicação mais poderosa do Vision Pro até agora.
Desde o primeiro dia, o Vision Pro consegue espelhar a tela de um Mac, mas a função original de Mac Virtual Display era um pouco limitada. O texto ficava nítido em baixas resoluções, mas a tela era apertada. Era possível obter mais espaço em resoluções mais altas, mas o texto se tornava pequeno e borrado. Posso aumentar tudo para o tamanho de um ônibus, mas isso me obrigava a mover a cabeça demais para ver tudo. Minha configuração normal com três monitores me permite visualizar as informações mais importantes com pequenos movimentos, algo que ainda não era possível antes.
Melhorias nas Opções de Exibição
Na visionOS 2.2, a exibição padrão do Mac agora é curva e parece mais nítida. Embora não alcance a clareza Retina nas resoluções mais altas, não preciso mais torná-la gigantesca para ter um texto legível. A exibição virtual padrão agora possui três opções: Padrão, Larga e Ultrawide. Essa atualização é eficaz, pois, após atualizar meu Mac para macOS 15.2, o headset assume a renderização foveada do Vision Pro.
Esses dois modos adicionais tornaram a exibição virtual viável para mim, proporcionando o espaço que estou acostumado na minha vida com três monitores.
Espaço e Conforto
É possível aumentar a resolução na opção Ultrawide até 10240 x 2880, mas o ponto ideal para mim tem sido a resolução máxima de 6720 x 2880 da exibição Larga. Isso me permite ver tudo o que preciso sem ficar girando a cabeça constantemente. A experiência se aproxima mais de um monitor real do que de uma tela de fantasia que me lembra a música “Frank’s 2000 TV” de Weird Al Yankovic.
Essa flexibilidade facilitou muito a minha mudança para outro cômodo da casa ou até mesmo para fora, se eu quisesse. Não levaria para um café por diversas razões (deixaria o headset para ir ao banheiro ou usaria como um maluco?). Porém, definitivamente o levaria em uma viagem de trabalho.
A Apple também facilitou para que o áudio seja transmitido através do headset, ao invés dos alto-falantes do computador, como acontecia antes.
Experiência de Uso
As opções de tela larga foram especialmente úteis quando me machuquei nas costas e não consegui sentar ereto. O trabalho em um laptop me incomoda, mas reclinar na cama com o Vision Pro foi uma opção que funcionou bem.
Existem algumas peculiaridades. Alternar entre os modos de exibição pode ser lento, e nem sempre o Mac se lembra da resolução escolhida. Se você mudar de Larga para Ultrawide e voltar, pode encontrar todas as suas janelas empilhadas. Além disso, o recurso de Consciência do Teclado, que mostra seu teclado mesmo se você estiver em um ambiente imersivo da Apple, funciona bem com meu Magic Keyboard, mas não reconhece consistentemente o teclado mecânico que eu prefiro.
Conclusão
Apesar disso, essas questões são menores. A expansão da exibição virtual é uma atualização crítica. Se não é uma aplicação matadora, está, pelo menos, bem próxima disso. No entanto, ainda não resolve os maiores problemas do Vision Pro, como as diferenças de conforto entre os usuários. E o preço ainda não é o mais acessível.
Ainda assim, é bom saber que meu Vision Pro agora é mais do que um cinema pessoal. Agora, é uma gigantesca e alta exibição curva com ângulos de visão perfeitos. Isso faz com que o preço pareça um pouco mais justificado.