Mudanças na Automação Residencial com Matter
Uma das principais inovações que o Matter está trazendo para a automação residencial é a forma padronizada de habilitar o controle local dos dispositivos inteligentes. Isso significa que, quando você pede ao seu assistente de voz para apagar a luz, a lâmpada não precisa comunicar com a nuvem. Embora algumas plataformas de automação já ofereçam controle local, o Matter promete facilitar essa implementação para todas as plataformas.
Novidades do Google para o Google Home
Esta semana, o Google anunciou que agora seus hubs do Google Home têm controle local completo dos dispositivos compatíveis com Matter. Isso foi possível graças à integração do Home Runtime. Modelos como os hubs e alto-falantes Nest, Chromecasts e dispositivos Google TV com Android 14, além de algumas TVs da LG, podem agora se conectar e controlar dispositivos Matter localmente.
De acordo com Jeannie Zhang, gerente de produto da Google Home, “isso significa que um usuário com um hub Google Home em casa pode visualizar ou controlar seus dispositivos Matter com maior confiabilidade, privacidade e menor latência”.
Funcionamento Mesmo Sem Internet
Uma mudança significativa para a plataforma, que historicamente dependia da conectividade em nuvem, é que, caso a internet caia, o Google Assistant ainda será capaz de acender as luzes. Essa nova funcionalidade é uma grande vitória para os usuários.
Facilitando o Desenvolvimento de Produtos Matter
O Google também compartilhou detalhes sobre seus esforços recentes para ajudar desenvolvedores a criarem mais produtos compatíveis com Matter. Eles estão trabalhando com a Connectivity Standards Alliance (CSA) para facilitar a certificação de dispositivos Matter e fazendo parceria com a MediaTek para desenvolver um novo chip que combina Wi-Fi, Bluetooth LE e Thread, o que tornará mais simples e acessível para fabricantes de dispositivos integrarem Thread em seus produtos.
Abre API do Google Home para Desenvolvedores
Outra novidade é a abertura das APIs do Google Home para todos os desenvolvedores. Isso permitirá que eles integrem dispositivos Google Home e automações em seus próprios aplicativos, focando mais em construir dispositivos do que em integrações.
As APIs do Google Home, que foram anunciadas na conferência I/O, agora estão disponíveis em beta pública para qualquer empresa que desejar acessar a versão Android. A versão para iOS chegará em breve. Google destaca que as Home APIs incluem:
- APIs de Dispositivo e Estrutura: Com uma única integração, os desenvolvedores podem acessar mais de 600 milhões de dispositivos já conectados ao Google Home.
- API de Configuração: Facilita a configuração de dispositivos com o Fast Pair, permitindo que dispositivos Matter sejam comissionados diretamente em aplicativos.
- API de Automação: Oferece ferramentas para criar e gerenciar automações residenciais diretamente nos aplicativos dos desenvolvedores, utilizando sinais extensivos e capacidades de IA.
O Que é Matter?
O Matter é um padrão de interoperabilidade para casas inteligentes, projetado para fornecer uma linguagem comum para dispositivos conectados. Ele permite a comunicação local sem depender de conexão com a nuvem, sendo seguro e fácil de configurar.
Desenvolvido por grandes empresas como Apple, Amazon, Google e Samsung, o Matter é um software de conectividade baseado em IP. Funciona sobre Wi-Fi, ethernet e o protocolo de rede mesh low-power chamado Thread, suportando a maioria dos principais tipos de dispositivos para casa, incluindo lâmpadas, termostatos, fechaduras e muito mais.
Um dispositivo inteligente com o logotipo Matter pode ser configurado e controlado através de qualquer ecossistema compatível com Matter, com um controle chamado multi-admin, permitindo que mais de um usuário controle o mesmo dispositivo.
Com todas essas mudanças, o futuro da automação residencial parece mais promissor. No entanto, é bom lembrar que a dependência de APIs pode ser uma faca de dois gumes: servem para facilitar a vida dos desenvolvedores, mas também podem deixá-los vulneráveis se a empresa decidir restringir o acesso. Apesar disso, o Google parece estar se comprometendo em construir um ambiente mais estável e voltado para o usuário.