Meta Muda Abordagem de Moderação nos EUA
Na terça-feira, a Meta anunciou mudanças significativas em sua abordagem de moderação nos Estados Unidos, abandonando a checagem de fatos. A empresa revelou planos para realocar suas equipes de segurança e confiança e, talvez a mudança mais impactante, atualizou sua política de Conduta Odiativa.
Novas Adições nas Políticas de Discurso
De acordo com a Wired, muitas partes do texto foram atualizadas, adicionadas ou removidas. Aqui estão algumas das mudanças que se destacaram:
- Alucinações sobre saúde mental: A meta agora permite alegações de doença mental ou anomalias quando baseadas em gênero ou orientação sexual, considerando a conversa política e religiosa sobre transgenderismo e homossexualidade.
- Limitações de Emprego: O conteúdo que argumenta a favor de limitações baseadas em gênero para empregos militares, de segurança e de ensino também é permitido, assim como conteúdos semelhantes com base na orientação sexual quando fundamentados em crenças religiosas.
- Terminologia Degradante: A seção que proibia referências desumanizadoras a pessoas transgender ou não-binárias como “isso” foi completamente removida.
Alterações na Política e seus Efeitos
O comunicado que descrevia o que as políticas permitem, anteriormente focado em grupos de apoio à saúde, agora é mais abrangente. As novas adições reconhecem que as pessoas frequentemente usam linguagem de exclusão de gênero ao discutir acesso a determinados espaços, como banheiros e funções específicas.
Além disso, a proibição de direcionar pessoas ou grupos com alegações sobre a propagação do coronavírus foi eliminada. Um blog de 2017 sobre as “duras questões” que a Meta enfrenta em relação ao discurso de ódio também foi retirado, e algumas referências a isso passaram a ser chamadas de “conduta odiosa”.
Consequências e Reações
Embora a política ainda proíba o conteúdo que nega o acesso a espaços e serviços sociais em razão de características protegidas, uma nova exceção foi adicionada. Ou seja, agora são permitidas exclusões baseadas em sexo ou gênero em lugares tipicamente limitados.
A GLAAD, um grupo de defesa da mídia LGBTQ+, já havia reportado que a Meta frequentemente falhava em remover postagens que violavam suas políticas. Agora, aquelas proteções parecem estar desaparecendo. Sarah Kate Ellis, presidente da GLAAD, comentou que sem essas políticas, a Meta estaria dando um “sinal verde” para alvos de violência e narrativas desumanizadoras contra grupos marginalizados.
A Opinião da Meta
Joel Kaplan, novo chefe de políticas da Meta, afirmou que a empresa está eliminando várias restrições sobre temas como imigração e identidade de gênero, por serem frequentes em debates políticos. No entanto, essas mudanças pegaram de surpresa organizações que colaboravam com a Meta, que alegam que isso afetará seriamente suas atividades.
Considerações Finais
Essas mudanças levantam questões preocupantes sobre a segurança e a liberdade de expressão nas plataformas da Meta. Ao eliminar restrições de discurso, será que a Meta está realmente promovendo a liberdade ou apenas abrindo espaço para comportamentos prejudiciais? É uma linha tênue que pode afetar muitos usuários.