TikTok Enfrenta o Perigo de Banimento nos EUA
Após a audiência das alegações orais na Suprema Corte sobre uma lei que pode proibir o TikTok, as perspectivas para o aplicativo parecem sombrias. A menos que a Suprema Corte intervenha e bloqueie a lei antes do dia 19 de janeiro ou que a ByteDance, empresa-mãe do TikTok, concorde em vendê-lo, o banimento é quase certo.
Estamos falando de um cenário onde um possível negócio para a venda do TikTok poderia ocorrer após esse prazo. O presidente eleito, Donald Trump, poderá tentar ignorar a aplicação da lei assim que assumir. Contudo, quanto mais tempo passar, mais complicada a situação se torna para o TikTok.
Perspectivas de Sobrevivência na Suprema Corte
Matthew Schettenhelm, analista sênior de litígios da Bloomberg Intelligence, tinha dado uma chance de 30% para o TikTok ter sucesso na Suprema Corte antes da audiência. Porém, após as perguntas dos juízes, ele reavaliou suas previsões para apenas 20%. TikTok fez um último apelo para que a corte emitissem uma interrupção administrativa sem se pronunciar sobre os méritos da lei, uma estratégia sugerida por Trump para facilitar uma venda.
“É improvável que a corte conceda esse tipo de pausa apenas devido a uma mudança de administração”, afirma Schettenhelm.
Uma decisão sobre o caso pode ocorrer já na sexta-feira à tarde, quando os juízes estão programados para se reunir. Eles também devem divulgar novas ordens na manhã de segunda-feira. Contudo, Schettenhelm ressalta que silêncio pode não significar nada; pode ser apenas tempo para elaborarem um pedido mais longo.
Os Riscos para Gigantes da Tecnologia
Trump expressou interesse em salvar o aplicativo, e em teoria, ele poderia optar por não aplicar a lei que exige a venda ou banimento do TikTok. Porém, a juíza Sonia Sotomayor levantou uma preocupação: mesmo que Trump não aplique a lei, isso pode não proteger empresas como Apple e Google, que podem ser multadas em $5,000 por usuário caso mantenham o TikTok em suas lojas de aplicativos.
A advogada-geral dos EUA, Elizabeth Prelogar, explicou que o prazo de prescrição é de cinco anos; portanto, as empresas estariam violando a lei enquanto estiver em vigor, podendo enfrentar penalidades mesmo após a saída de Trump do cargo.
“Essas empresas estariam assumindo um risco enorme ao não cumprir a lei na esperança de que o presidente Trump não as processe”, adverte Schettenhelm.
Impacto em Outras Empresas de Mídia Social
Schettenhelm acredita que uma decisão negativa para o TikTok não criaria um precedente que ameaçasse outras redes sociais americanas. “Não vejo outra rede social que esteja em uma situação semelhante ao TikTok”, afirma, destacando que os argumentos giraram em torno da propriedade.
Por outro lado, Gautam Hans, professor de direito na Universidade de Cornell e especialista em Primeira Emenda, acredita que uma decisão contrária ao TikTok poderia ter repercussões para outras empresas. Durante as audiências, juízes e advogados discutiram sobre a possibilidade de a proibição de certas estruturas corporativas (como a propriedade por uma empresa mãe da China) poderia abrir precedentes para regulamentações de discurso.
“O que é lamentável é a credulidade com que muitos juízes trataram essa lei, que claramente afeta os direitos de liberdade de expressão com base em fundamentos de segurança nacional mal especificados”, declarou Hans.
A questão é: qual será o futuro do TikTok nos EUA? Somente o tempo dirá, mas as nuvens pairam pesadas sobre o aplicativo.
A verdade é que, seja qual for a decisão, a situação do TikTok pode servir de alerta para outras plataformas. A liberdade de expressão e os direitos digitais estão em jogo, e a maneira como essa batalha se desenrola pode definir o cenário para o futuro da mídia social.