OpenAI e a Revolução no Ensino a Distância
A OpenAI está traçando novos horizontes para o aprendizado online. A proposta? Integrar chatbots personalizados em cursos digitais, uma ideia que promete transformar a maneira como alunos e professores interagem com o conteúdo.
Durante um evento descontraído na segunda-feira, Siya Raj Purohit, integrante da equipe de Mercado Educacional da OpenAI, revelou que a empresa está explorando maneiras de permitir que instrutores de e-learning criem “GPTs” personalizados para seus currículos online. “O que espero que aconteça é que os professores criem GPTs personalizados para o público e permitam que as pessoas interajam com o conteúdo de maneira contínua”, comentou Purohit. Apesar de não ser o foco atual, essa ideia está na rota de desenvolvimento da OpenAI.
Purohit já observou educadores carregando um “semestre inteiro” de conteúdo para desenvolver os seus GPTs utilizando as ferramentas disponíveis da OpenAI. “Os alunos se envolvem com esse conhecimento finito … o que eu considero uma maneira poderosa e eficaz para pesquisarem”, acrescentou.
Apostando no Mercado Educacional
A OpenAI está fazendo um movimento audacioso em direção ao mercado educacional, que acredita ser uma área-chave para o crescimento. No mês passado, a empresa contratou Leah Belsky, ex-diretora de receita da Coursera, como sua primeira gerente de educação, com a missão de levar os produtos da OpenAI para mais instituições de ensino. Além disso, nesta primavera, a OpenAI lançou o ChatGPT Edu, uma versão do chatbot desenvolvida especialmente para universidades.
Segundo a Allied Market Research, o mercado de IA na educação pode valer até US$ 88,2 bilhões nos próximos dez anos. Contudo, o crescimento tem sido lento, muito pela resistência de educadores.
Os GPTs que Purohit mencionou podem ter semelhanças com o Khanmigo, um chatbot que a Khan Academy lançou em colaboração com a OpenAI no ano passado. Ele oferece dicas sobre tarefas, preparação para testes e está profundamente integrado à biblioteca de conteúdo da Khan Academy.
No entanto, o Khanmigo também revela as limitações da IA atual. Em um teste realizado pelo The Wall Street Journal em fevereiro, o chatbot teve dificuldades com cálculos básicos e frequentemente não corrigia erros, mesmo quando solicitado a verificar as respostas.
Purohit assegurou que a tecnologia está evoluindo: “Todos os nossos modelos continuam melhorando, e nosso objetivo é ajudar a traduzir isso para o que funciona em aprendizado e ensino”, afirmou.
Ceticismo na Educação
Apesar das inovações, o ceticismo entre educadores persiste. Em uma pesquisa realizada este ano pelo Pew Research Center, um quarto dos professores públicos do ensino fundamental e médio afirmaram que ferramentas de IA nas escolas fazem mais mal do que bem. Outro levantamento, feito pela Rand Corporation e pelo Center on Reinventing Public Education, revelou que apenas 18% dos educadores de K-12 estão utilizando IA em suas salas de aula.
Assim, enquanto a OpenAI vislumbra um futuro onde os chatbots se tornam parte integrante da educação, a realidade mostra um caminho repleto de desafios e resistência que deve ser superado.