Especialistas alertam sobre o fim do programa de verificação de fatos da Meta
Recentemente, especialistas expressaram preocupação com a decisão da Meta de descontinuar seu programa de verificação de fatos de terceiros. Eles alertam que isso poderá permitir que a desinformação e o ódio se espalhem ainda mais nas redes sociais, afetando a vida real.
A empresa anunciou que está encerrando um programa lançado em 2016, que colaborava com verificadores de fatos independentes ao redor do mundo. A intenção era identificar e revisar informações enganosas em suas plataformas de redes sociais, como Facebook e Instagram. Agora, a Meta pretende substituir essa abordagem por um método crowdsourced, no qual o próprio usuário será responsável por moderar o conteúdo, similar ao Community Notes do X.
Responsabilidade transferida para os usuários
Com essa mudança, a responsabilidade de identificar mentiras nas plataformas recai sobre os usuários, o que levanta preocupações sobre a proliferação de informações enganosas, especialmente em questões sensíveis como mudanças climáticas e saúde pública.
“Isso vai prejudicar os usuários da Meta em primeiro lugar, porque o programa era eficaz na redução da viralidade de conteúdos enganosos”, comentou Angie Drobnic Holan, diretora da Rede Internacional de Verificação de Fatos (IFCN) na Poynter.
A fala de Zuckerberg
Em um vídeo, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, afirmou que a decisão foi uma questão de promover a liberdade de expressão e também chamou os verificadores de fatos de “politicamente tendenciosos”. Ele enfatizou que muitos conteúdos removidos eram erros que não violavam as políticas da empresa.
Os especialistas ressaltam que essa mudança é injusta com os verificadores que trabalhavam em parceria com a Meta, seguindo o Código de Princípios da IFCN. A Meta sempre teve a última palavra sobre a remoção de conteúdos.
Consequências dessa decisão
- Pode-se esperar um aumento na disseminação de desinformação sobre comunidades marginalizadas.
- Conteúdos sem fato verificado podem gerar sérias consequências offline.
- Grupos ambientais também estão preocupados com o aumento do conteúdo anti-científico.
“Esse passo de abdicar da verificação de fatos abre as portas para uma desinformação odiosa sobre comunidades já alvo de discriminação”, declarou Nicole Sugerman, gerente de campanhas da organização Kairos.
Preocupações com a segurança online
Os defensores da segurança online manifestaram receios de que o conteúdo prejudicial possa proliferar sem obstáculos nas plataformas da Meta. A decisão é vista como um retrocesso na busca por transparência e responsabilidade online.
Michael Khoo, diretor de um programa de desinformação climática, relatou que a desinformação tem impactos diretos nas políticas atuais, afetando projetos de energia renovável, por exemplo. “As empresas de tecnologia precisam arcar com as consequências da desinformação que seus algoritmos geram”, disse Khoo.
Uma nova era?
A decisão da Meta pode sinalizar uma nova era de verificação de conteúdo nas redes sociais, onde o usuário se torna o principal guardião da verdade. É uma mudança que merece ser observada de perto, especialmente em um momento em que os alarmes sobre a desinformação estão mais altos do que nunca.
Quais serão as repercussões dessa novidade? A sociedade precisa refletir sobre o papel das plataformas digitais na disseminação de informação e, principalmente, no combate aos rumores que podem gerar violência e medo.”}}]}目が合い <|vq_15007|>{